Em um desenvolvimento promissor para a interface cérebro-computador, o terceiro ser humano a receber um implante cerebral da Neuralink, startup fundada por Elon Musk, voltou a conseguir se comunicar usando sua própria voz. Este marco representa um avanço significativo na aplicação prática da tecnologia para restaurar funções comprometidas por doenças neurológicas.
O paciente em questão é Brad Smith, que vive com esclerose lateral amiotrófica (ELA). A ELA, uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta as células nervosas no cérebro e na medula espinhal, é conhecida por comprometer severamente a fala e a mobilidade dos indivíduos, embora tipicamente preserve a capacidade cognitiva e a mente. É justamente essa combinação de limitações físicas com lucidez mental que torna pacientes como Smith candidatos ideais e foco atual para as intervenções da Neuralink.
O implante, notavelmente compacto – do tamanho de cinco moedas empilhadas – foi inserido cirurgicamente no córtex motor de Smith. A precisão do procedimento foi garantida por um robô cirúrgico especializado desenvolvido pela própria Neuralink. Uma característica crucial deste robô é sua capacidade de navegar no tecido cerebral, evitando cuidadosamente passar por vasos sanguíneos durante a implantação, um fator essencial para minimizar riscos e garantir a segurança do paciente.
Uma vez implantado, o dispositivo funciona estabelecendo uma conexão sem fio com um computador via Bluetooth. Essa conexão permite que Smith interaja diretamente com a tecnologia digital. O mecanismo é baseado na captação de sinais neurais relacionados à intenção de movimento. Em outras palavras, o implante não lê pensamentos profundos ou complexos, mas sim decodifica os comandos motores que o cérebro de Smith ainda gera, mesmo que o corpo não consiga executá-los. Essa decodificação permite que ele controle um cursor na tela do computador apenas pensando em mover um mouse ou um joystick. É através dessa interface de controle de cursor que Smith consegue operar softwares de comunicação, como aplicativos de texto-para-voz, efetivamente recuperando a habilidade de se comunicar, simulando o uso de sua própria voz.
Este sucesso com o terceiro paciente reforça o potencial da tecnologia da Neuralink em oferecer novas esperanças e ferramentas para indivíduos que lidam com condições debilitantes como a ELA, permitindo-lhes recuperar um grau vital de independência e conexão com o mundo exterior.
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