Enquanto 800 milhões de pessoas sofrem com a fome no mundo, um paradoxo cruel se desenha: um bilhão de refeições são jogadas fora diariamente. A maior parte desse desperdício, cerca de 60%, acontece dentro das casas, com famílias comprando mais do que o necessário e descartando sobras ou alimentos vencidos.
O custo dessa negligência é astronômico: estima-se que 1 trilhão de dólares em alimentos sejam desperdiçados anualmente, o equivalente a 1/5 de toda a produção global. E não se trata apenas de um problema financeiro. O impacto ambiental é devastador.
O desperdício de comida gera cinco vezes mais emissões de CO2 do que a indústria da aviação. Se fosse um país, seria o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa, atrás apenas dos Estados Unidos e da China.
O Brasil, por sua vez, ocupa a vergonhosa 10ª posição no ranking do desperdício. Cerca de 30% do que é produzido no país vai para o lixo, o que gera um impacto de R$ 61,3 bilhões por ano.
É urgente uma mudança de postura. Ações como planejamento de compras, armazenamento correto dos alimentos e receitas para reaproveitar sobras são essenciais para combater esse problema.
Governos, empresas e sociedade civil precisam se unir para conscientizar a população e implementar medidas eficazes para reduzir o desperdício de alimentos. É um compromisso com a sustentabilidade do planeta, com a segurança alimentar e com a justiça social.
Combater o desperdício de alimentos não é apenas uma questão de necessidade, mas também de ética e de responsabilidade. É um desafio que exige o engajamento de todos para construir um futuro mais justo e sustentável.
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