Ao menos 47 pessoas foram detidas no Rio Grande do Sul suspeitas de crimes relacionados à calamidade pública causada pelas fortes chuvas que assolam o estado desde o dia 26 de abril. Dentre os detidos, 41 foram presos em flagrante por suposta participação em saques, enquanto seis homens são investigados por abuso sexual.

Os casos de abuso sexual, segundo o governador Eduardo Leite, ocorreram em abrigos que acolhem pessoas desabrigadas pelas chuvas. As vítimas, em todos os casos, eram crianças e parentes dos suspeitos. "Lamentavelmente, os crimes envolvem familiares das crianças. Isso indica que os abusos podem ter acontecido antes e que a situação nos abrigos, na verdade, os expôs, dando inclusive a oportunidade para que o poder público agisse", ressaltou Leite.

Diante do número crescente de desabrigados, que já ultrapassa 67 mil pessoas, o governo estadual estuda a criação de abrigos exclusivos para mulheres, crianças e jovens. "É uma das nossas ações prioritárias oferecer um abrigo em situação especial para quem se sinta vulnerável e precise de um acolhimento diferenciado", explicou o governador.

Combate aos saques

O secretário estadual da Segurança Pública, Sandro Caron, destacou a intensificação das ações das forças de segurança para coibir saques. Segundo ele, em diversas cidades, agentes da Brigada Militar e da Polícia Civil estão utilizando embarcações para realizar policiamento ostensivo em áreas alagadas. "Com isso, os saques já diminuíram consideravelmente nos últimos dias", afirmou Caron, sem fornecer números precisos de ocorrências.

Ainda de acordo com o secretário, até o próximo sábado (11), a pasta convocará mil reservistas da Brigada Militar, através do Programa Mais Efetivo, para auxiliar no policiamento, inclusive na segurança dos abrigos públicos. "Nosso foco agora está direcionado para os abrigos. Em alguns deles, já contamos com a presença permanente de brigadianos e policiais civis. Aqueles que ousarem cometer crimes, especialmente dentro dos abrigos, serão presos", garantiu Caron.