A animação dos leiloeiros ao comentar os preços do boi gordo não é à toa. Em um mês, o preço da arroba do boi gordo subiu 24%, ultrapassando a marca dos R$ 300 em diversas regiões do país. Essa alta, que impacta diretamente no bolso do consumidor, é resultado de um conjunto de fatores que inclui a grave seca que assola o país, o aumento da demanda por carne bovina no mercado internacional e a consequente valorização do animal.
O boi gordo, pronto para o abate, é diretamente afetado pela falta de pastagem causada pela seca. Para alimentar os animais nesse período de escassez, os pecuaristas precisam recorrer a outros alimentos, o que eleva os custos de produção. Soma-se a isso o aumento das exportações de carne bovina, que bateu recorde no mês passado. A alta demanda externa, principalmente da China e dos Estados Unidos, pressiona os preços no mercado interno.
A consequência dessa escalada de preços é sentida diretamente no bolso do consumidor. A carne bovina, protagonista do churrasco brasileiro, teve um aumento de 2,97% em setembro, o maior avanço desde dezembro de 2020. Cortes como contrafilé (3,79%), patinho (3,15%) e costela (3,1%) ficaram mais caros. Apenas a picanha apresentou uma alta mais moderada, de 0,12%.
O agro brasileiro, por sua vez, comemora os resultados. De janeiro a setembro, o faturamento com as exportações de carne cresceu 20%, atingindo a marca de US$ 9 bilhões. Para o próximo ano, as perspectivas são ainda mais otimistas, com a previsão de novos recordes.
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