O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu milhares de apoiadores na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, na manhã deste domingo (16), em um ato que teve como principal pauta a defesa da anistia aos condenados pelos ataques aos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. O próprio Bolsonaro corre o risco de ser condenado por tentativa de golpe de Estado, e o evento serviu como uma demonstração de força política e um palco para suas declarações sobre o futuro.
Em seu discurso, Bolsonaro negou veementemente as acusações de tentativa de golpe e afirmou que não deixará o Brasil para evitar uma eventual prisão. "O que eles querem é uma condenação. Se é 17 anos para as pessoas humildes, é para justificar 28 anos para mim. Não vou sair do Brasil", declarou o ex-presidente, que atualmente está inelegível. Ele também minimizou a importância do poder, afirmando que não tem "obsessão pelo poder", mas sim "paixão pelo Brasil".
Apesar do apoio expressivo dos presentes, Bolsonaro admitiu a possibilidade de não concorrer à próxima eleição presidencial, mencionando que "estamos deixando muitas pessoas capazes de me substituir". Essa declaração gerou especulações sobre seus planos futuros e possíveis nomes para representarem a direita nas próximas eleições.
Bolsonaro também se defendeu das acusações de envolvimento nos ataques de 8 de janeiro, alegando que estava nos Estados Unidos na época e, portanto, não poderia ter participado de uma trama para impedir a posse do presidente Lula. Ele classificou os condenados como "pessoas de bem" e defendeu a aprovação de um projeto de lei no Congresso Nacional que conceda anistia aos envolvidos nos atos.
A manifestação, organizada pelo pastor Silas Malafaia, reuniu cerca de 18 mil pessoas, segundo estimativas do Monitor do Debate Político do Cebrap e da ONG More in Common. O público ocupou cerca de 300 metros da Avenida Atlântica, exibindo cartazes e faixas com mensagens de apoio a Bolsonaro e críticas ao governo Lula.
O evento contou com a presença de quatro governadores: Cláudio Castro (RJ), Jorginho Mello (SC), Mauro Mendes (MT) e Tarcísio de Freitas (SP). Tarcísio, em seu discurso, defendeu abertamente a anistia aos condenados do 8 de janeiro e afirmou que o projeto de lei tem chances de ser aprovado no Congresso.
A manifestação transcorreu de forma pacífica, com a presença de forte esquema de segurança. Após o discurso de Bolsonaro, os manifestantes começaram a se dispersar.
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