A alta dos preços dos alimentos básicos continua a pressionar o orçamento das famílias brasileiras. Um novo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelou que a cesta básica aumentou em 13 das 17 capitais pesquisadas em janeiro deste ano. A maior alta foi registrada em Salvador (6,22%), seguida por Belém (4,80%) e Fortaleza (3,96%).
O estudo, realizado desde 2005, aponta que a cesta básica mais cara do país está em São Paulo, com valor médio de R$ 851,82. Esse valor representa 60% do salário mínimo oficial, evidenciando a dificuldade de muitas famílias em arcar com os custos básicos de alimentação.
De acordo com o Dieese, para manter uma família de quatro pessoas, o salário mínimo necessário em janeiro teria sido de R$ 7.156,15. No entanto, a renda média do trabalhador brasileiro, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), foi de apenas R$ 3.279,00 em outubro de 2024.
Aumento generalizado
A alta dos preços foi observada em diversas regiões do país, com destaque para o Nordeste e Sudeste. As cidades do Sul e Sudeste concentraram as cestas básicas mais caras, com Florianópolis, Rio de Janeiro e Porto Alegre ultrapassando a marca dos R$ 800.
Curitiba, Vitória e Belo Horizonte também apresentaram valores elevados, enquanto capitais do Norte e Nordeste, como Fortaleza, Belém, Salvador e Recife, tiveram custos abaixo da metade do valor do salário mínimo.
Causas da alta
O Dieese aponta três principais fatores para o aumento da cesta básica:
- Café em pó: Subiu em todas as cidades nos últimos 12 meses.
- Tomate: Teve aumento significativo em algumas capitais, devido às chuvas.
- Pão francês: Aumentou em 16 cidades, impulsionado pela menor oferta de trigo nacional e necessidade de importação.
Por outro lado, itens como batata, leite integral, arroz agulhinha e feijão preto apresentaram queda de preços em algumas cidades, contribuindo para conter a alta geral da cesta básica.
Impacto social
O aumento contínuo dos preços dos alimentos básicos tem um impacto significativo na vida das famílias brasileiras, especialmente as de baixa renda. A dificuldade em garantir uma alimentação adequada pode levar à insegurança alimentar e à subnutrição, com consequências para a saúde e o desenvolvimento.
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