Com as contas públicas apertadas, o Brasil decidiu investir em um projeto ambicioso: a criação da Alada, uma empresa estatal com o objetivo de lançar foguetes e satélites e conquistar uma fatia do lucrativo mercado espacial global. A decisão, aprovada pelo Congresso em dezembro, coloca o país em uma nova corrida espacial, mas levanta questionamentos sobre a viabilidade e a sustentabilidade do projeto.
A ideia de explorar comercialmente o espaço não é nova no Brasil. Em 2006, durante o primeiro governo Lula, foi criada a Alcântara Cyclone Space, com o mesmo objetivo da Alada. No entanto, a empresa enfrentou diversos problemas, acumulou um prejuízo de R$ 500 milhões e não realizou nenhum lançamento em quase uma década.
A nova estatal, subsidiária da NAV Brasil, busca aprender com os erros do passado e atrair investimentos privados para garantir sua sustentabilidade. A localização estratégica do Brasil, com a base de lançamento em Alcântara, é vista como um ponto forte, já que o mercado espacial global está em constante crescimento e deve movimentar US$ 1,8 trilhão até 2035.
No entanto, o histórico de fracassos e a falta de detalhes sobre a operação da Alada geram desconfiança, especialmente em um momento de crise fiscal. Além disso, o orçamento destinado ao programa espacial brasileiro é limitado, contrastando com os bilhões de dólares investidos por potências como Estados Unidos e China.
A Alada terá que superar diversos desafios para se tornar um player relevante no mercado espacial. A empresa precisará desenvolver tecnologia própria, atrair investimentos, formar parcerias estratégicas e competir com empresas internacionais já consolidadas.

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