Cerca de 400 refugiados, vindos da Índia e de países africanos, se encontram em situação precária no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. O grupo, que busca asilo no Brasil, enfrenta condições insalubres e problemas de saúde, enquanto aguarda a regularização de sua situação. O Ministério Público Federal (MPF) classificou o cenário como "uma crise humanitária que se instalou no aeroporto".
Os refugiados estão acomodados em áreas inadequadas do terminal de passageiros, sem acesso a serviços básicos como alimentação, higiene e descanso adequados. A situação precária já resultou em problemas de saúde como infestação de piolhos e sarna, além de crises de ansiedade entre os refugiados.
A crise se deve à dificuldade das autoridades imigratórias em processar o alto número de pedidos de refúgio simultâneos, somado às falhas no sistema de registro. Em 2022, o local já havia enfrentado situação similar, quando mais de 9 mil afegãos, fugindo do Talibã, chegaram ao Brasil buscando vistos humanitários.
Brasil como destino de refugiados
Os casos em Guarulhos evidenciam o aumento no número de refugiados que buscam o Brasil como destino. Em 2023, o país recebeu 140 mil pedidos de refúgio, um aumento de 200% em relação ao ano anterior. A legislação brasileira é considerada acolhedora, e muitos refugiados veem o país como uma etapa para seguir para outras nações, como os Estados Unidos.
Contexto global: crise humanitária sem precedentes
A situação em Guarulhos se insere em um contexto global de crise humanitária, com 120 milhões de pessoas no mundo forçadas a deixar suas casas devido a conflitos, perseguições e desastres naturais. Nos últimos 10 anos, o número de deslocados dobrou no planeta, e mais de 70% deles são provenientes de apenas cinco países: Afeganistão, Síria, Venezuela, Ucrânia e Sudão do Sul.
A crise humanitária no Aeroporto de Guarulhos demanda medidas urgentes das autoridades brasileiras para garantir condições dignas aos refugiados e agilizar a regularização de sua situação. O Brasil, como signatário da Convenção da ONU sobre Refugiados, tem a responsabilidade de proteger e acolher aqueles que fogem de situações de violência e perseguição.
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