Após uma alta de 8,5% em um mês e de quase 18% desde janeiro, o presidente Lula convocou uma reunião de emergência com sua equipe econômica para discutir a recente valorização do dólar. A moeda americana, que iniciou junho na casa dos R$ 5,20, chegou ontem a R$ 5,70, o maior valor registrado desde janeiro de 2022.
Na visão do governo, a disparada do dólar é atribuída à "especulação" e ao "jogo de interesses do mercado". O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aponta ainda uma "falha de comunicação" em relação aos resultados econômicos do governo. Por outro lado, o mercado atribui a alta da moeda às críticas do presidente Lula ao presidente do Banco Central, às declarações sobre aumento de arrecadação via impostos e ao reforço do intervencionismo estatal na economia, fatores que têm gerado incertezas.
Independentemente das causas apontadas por governo e mercado, o fato é que o real foi a quinta moeda que mais se desvalorizou no mundo em 2024.
Impacto no Dia a Dia dos Brasileiros
Mesmo para aqueles que não têm viagem marcada, a alta do dólar impacta diretamente a vida cotidiana. Produtos e insumos importados, como o trigo usado no pão de cada manhã e parte do combustível dos transportes, tornam-se mais caros. Esse aumento de custo tende a ser repassado aos consumidores finais, resultando em alta de preços.
No entanto, nem todos os setores sentem o impacto de maneira negativa. O comércio internacional, que é negociado em dólar, beneficia setores exportadores brasileiros, que ganham mais ao converter suas vendas para o real.
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