O poder das facções criminosas no Brasil atingiu um patamar alarmante: estima-se que elas movimentam o equivalente a 3% do PIB do país, com atividades que vão além do tráfico de drogas. Apenas com a cocaína, o narcotráfico gera mais de US$ 65 bilhões para os dois maiores grupos do crime organizado nacional.

Em reportagem de capa, a revista The Economist expôs a magnitude do problema e as conexões internacionais dessas organizações. O PCC, maior facção do país, possui mais de 1.000 membros em Portugal e está presente em outros 6 países da Europa, incluindo o Reino Unido. A facção compra cocaína na Bolívia por US$ 1.500 o quilo e a vende na Europa por até US$ 30 mil, evidenciando a margem de lucro exorbitante do tráfico.

Mas as atividades das facções não se limitam ao narcotráfico. Elas controlam o fluxo de drogas, cigarros, ouro, diamantes, agrotóxicos, armas e madeira, diversificando suas fontes de renda e expandindo seu poder de influência. A reportagem da The Economist também revela a presença das facções no poder público, com contratos milionários do PCC com empresas de ônibus em pelo menos três cidades de São Paulo.

O cenário é alarmante e exige medidas urgentes das autoridades. Combater o crime organizado de forma eficaz requer uma estratégia abrangente que ataque as diversas frentes de atuação das facções, desde o tráfico de drogas até a lavagem de dinheiro e a infiltração no poder público. É necessário investir em inteligência policial, fortalecer as instituições e promover políticas públicas que combatam a pobreza e a desigualdade social, raízes do problema. A omissão diante dessa realidade coloca em risco não apenas a segurança pública, mas também a democracia e o futuro do país.