A busca por soluções para conter a alta dos preços dos alimentos, que atinge 7,70% ao ano, levou o governo a discutir uma medida controversa: a flexibilização da data de validade em produtos não perecíveis. A proposta, defendida pela Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), visa reduzir o desperdício de alimentos e, consequentemente, os preços.
A ideia de permitir a venda de produtos alimentícios após a data de validade indicada no rótulo, substituindo-a por um termo como "melhor consumir até", já é utilizada em países como Estados Unidos e Canadá. A justificativa é que muitos alimentos ainda são seguros para o consumo após a data de validade, e essa medida poderia reduzir o desperdício e tornar os alimentos mais acessíveis.
No entanto, a proposta gerou debates acalorados e dividiu opiniões. Críticos argumentam que a flexibilização da data de validade pode comprometer a saúde pública, uma vez que a qualidade e a segurança dos alimentos podem estar comprometidas após o prazo indicado. Além disso, ressaltam que as condições de produção e armazenamento de alimentos no Brasil são diferentes de outros países, o que aumenta os riscos.
Defensores da medida, por sua vez, destacam o potencial de redução de custos para os consumidores e a diminuição do desperdício de alimentos. Argumentam que a medida poderia beneficiar especialmente as famílias de baixa renda, que são mais vulneráveis à alta dos preços.
O governo, por sua vez, busca um equilíbrio entre a necessidade de controlar a inflação e garantir a segurança alimentar da população. O ministro da Casa Civil afirmou que o governo irá analisar cuidadosamente a proposta e ouvir todas as partes envolvidas antes de tomar uma decisão.
A discussão sobre a flexibilização da data de validade dos alimentos reacende um debate complexo e delicado. É fundamental que a sociedade como um todo participe desse debate, buscando soluções que garantam tanto a segurança alimentar quanto a acessibilidade aos alimentos para todos.
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