O Brasil está passando por um momento de forte crescimento na contratação de mão de obra estrangeira. De acordo com os últimos dados, o número de imigrantes com carteira assinada no país aumentou 53% nos primeiros oito meses de 2023 em comparação com o mesmo período do ano anterior, atingindo a marca de 321 mil trabalhadores estrangeiros. Este é o maior número registrado desde o início da pandemia.
Venezuelanos e cubanos lideram as nacionalidades mais contratadas, com concentração nas regiões Sul e Sudeste, onde o mercado de trabalho se mostra mais aquecido. A indústria é o setor que mais absorve essa força de trabalho, com destaque para o ramo de alimentos. A construção civil também tem demandado cada vez mais mão de obra estrangeira, especialmente para obras de reconstrução em estados como o Rio Grande do Sul, atingido por recentes enchentes.
A preferência das empresas por trabalhadores estrangeiros se deve, em grande parte, ao baixo índice de rotatividade. Imigrantes tendem a permanecer mais tempo em seus empregos, buscando estabilidade e oportunidades de ascensão profissional.
O que impulsiona essa tendência?
A crise em diversos países de origem tem levado um grande número de pessoas a buscar refúgio no Brasil. Muitos desses imigrantes aceitam trabalhar em condições mais precárias, com salários abaixo do mercado e jornadas exaustivas, mesmo possuindo qualificação profissional.
Atualmente, o Brasil abriga cerca de 1,5 milhão de imigrantes, sendo que aproximadamente 650 mil são refugiados ou solicitantes de refúgio. A maior parte dessa população é composta por venezuelanos e haitianos.
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