O presidente da Argentina, Javier Milei, apresentou em rede nacional o Orçamento de 2025 ao Congresso, reforçando sua política de corte de gastos e anunciando sua principal meta para o ano que vem: zerar o déficit fiscal do país. Segundo Milei, até o final de 2025, a Argentina conseguirá equilibrar suas contas públicas, alcançando uma arrecadação igual ou superior às despesas. Esse feito só foi conquistado seis vezes nos últimos 62 anos.
Os números apresentados por Milei revelam um plano ambicioso. O governo projeta um superávit de 1,3% do PIB e uma recuperação econômica de 5% no próximo ano, após uma contração prevista de 3,8% em 2024. O presidente também destacou a expectativa de desaceleração da inflação, estimada em 18,3% para 2025, uma queda significativa frente aos 104,4% projetados para este ano e à inflação acumulada de 237% nos últimos 12 meses.
No entanto, os desafios para alcançar essas metas são significativos. Embora o governo tenha registrado o primeiro superávit semestral desde 2008, as medidas adotadas, como desvalorização cambial, paralisação de obras públicas, demissões no funcionalismo e cortes de subsídios, geraram forte pressão social. Além disso, Milei precisará convencer o Congresso, onde não tem maioria, a apoiar suas políticas de austeridade.
A Argentina, terceira maior economia da América Latina, com PIB de US$ 621 bilhões, tem enfrentado uma grave crise econômica nos últimos anos, com inflação recorde, atraso no pagamento da dívida com o FMI e disparada do dólar. Mesmo assim, o ETF argentino foi o destaque em Wall Street em 2024, refletindo a expectativa do mercado em torno das reformas de Milei.
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