Em um dos discursos mais contundentes de sua carreira internacional, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou fortemente a atual estrutura da Organização das Nações Unidas (ONU) e defendeu a necessidade urgente de reformas, especialmente no Conselho de Segurança. Lula discursou em Nova Iorque durante uma cúpula global que debateu o Pacto do Futuro, que visa regular plataformas digitais, a inteligência artificial (IA) e promover mudanças na governança internacional.
Lula alertou que o Conselho de Segurança está “perdendo sua legitimidade” por falhar em intervir de maneira eficaz nos conflitos globais e se omitir frente a “atrocidades”. Segundo ele, muitos acordos são firmados, mas poucos resultados práticos são alcançados para resolver as crises que afetam o mundo, especialmente nos países em desenvolvimento.
Durante sua fala, o microfone de Lula foi cortado, pois ele ultrapassou o tempo limite de cinco minutos. O momento ocorreu justamente quando o presidente brasileiro defendia uma maior representatividade para o Sul Global — conjunto de países emergentes e em desenvolvimento que, segundo ele, são ignorados pela ONU, apesar de seu peso político e econômico.
Lula também reiterou a posição do Brasil em favor da ampliação do número de membros permanentes no Conselho de Segurança, atualmente restrito a Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido. O Brasil, que há anos pressiona por uma cadeira permanente, vê essa reforma como essencial para equilibrar as relações de poder na ONU.
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