No primeiro ano da volta de Lula à Presidência, os servidores públicos estão levantando cartazes com mais frequência. Até agora, foram registradas 639 greves, um aumento de 12% em comparação com o primeiro ano do governo Bolsonaro. Nos primeiros meses de 2024, o governo tem enfrentado paralisações de funcionários do Ibama, CVM, Banco Central e de alguns auditores fiscais. No entanto, a situação mais crítica é a dos funcionários da educação, que representam a maior parte dos servidores e estão há mais de 40 dias em greve, paralisando mais de 60 universidades e institutos federais.
O impasse se deve à diferença entre as demandas dos servidores e as ofertas do governo. Os grevistas pedem um reajuste salarial de 22% a 34%, enquanto o governo oferece, no máximo, 9%. Esse cenário de alta de greves é impulsionado pelo clima mais favorável sob um governo do PT, conhecido por suas ligações tradicionais com a esquerda e com os movimentos grevistas, origem da vida pública de Lula. Além disso, durante sua gestão, Bolsonaro havia assinado uma medida que descontava do salário os dias não trabalhados devido às greves. Agora, o governo petista derrubou essa norma e aumentou os diálogos com entidades sindicais.
Lula, inclusive, defendeu que os servidores façam greves, considerando isso um sinal de democracia em sua gestão. No entanto, o presidente deixou claro que o governo dará "o que pode", pois enfrenta um momento econômico turbulento, lutando para não aumentar os gastos. As metas econômicas foram revisadas para baixo e o superávit nas contas públicas foi adiado, complicando ainda mais a situação.
Enquanto o governo e os servidores não chegam a um consenso, a população, especialmente os estudantes das instituições federais paralisadas, sofre com as consequências desse impasse.
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