A decisão do governo dos Estados Unidos de se retirar da Organização Mundial da Saúde (OMS) acende um alerta vermelho para a saúde global. O país, que representa 14,5% do orçamento da entidade, cortará um aporte de US$ 481 milhões em 2024, um golpe significativo para a organização.
A justificativa apresentada pelo governo americano para a saída é a alegação de que as contribuições são "onerosas e injustas". No entanto, este valor representa apenas uma pequena fração dos gastos federais dos EUA, que somam US$ 6,2 trilhões por ano.
A decisão americana coloca em risco programas vitais da OMS, como o combate à tuberculose e a vigilância de doenças infecciosas. Sem o financiamento norte-americano, a capacidade da organização de coordenar respostas globais a crises sanitárias será drasticamente reduzida, com consequências diretas para a saúde de milhões de pessoas em todo o mundo.
Além disso, a saída dos EUA da OMS pode servir de exemplo para outros países, especialmente aqueles com ideologias alinhadas ao governo americano, que podem seguir o mesmo caminho. Essa fragmentação da comunidade internacional pode ter um impacto devastador na saúde global.
Para tentar minimizar os impactos da saída dos Estados Unidos, organizações internacionais já se mobilizam para aumentar as contribuições privadas em até 50%. No entanto, essa medida pode não ser suficiente para compensar a perda do financiamento americano.
Outra preocupação é o aumento da influência da China na OMS. Com a saída dos Estados Unidos, o país asiático pode se tornar o principal financiador da organização, o que levanta questionamentos sobre os rumos da OMS e a sua independência.
A decisão dos Estados Unidos de se retirar da OMS é um duro golpe para o multilateralismo e para a saúde global. A comunidade internacional precisa se unir para encontrar soluções que garantam a sustentabilidade da OMS e a continuidade de seus trabalhos.
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