O encontro que reúne líderes dos países da América do Sul está sendo marcado pelas farpas entre Brasil e Argentina. O clima já começou tenso quando Javier Milei, presidente argentino, recusou o convite da Cúpula e preferiu encontrar Jair Bolsonaro durante o CPAC, um evento conservador realizado em Santa Catarina.
A decisão de Milei em evitar a reunião com Lula, optando por um evento com Bolsonaro, irritou o governo brasileiro, que considerou romper relações diplomáticas com a Argentina dependendo do que o presidente argentino falasse no evento. Durante o CPAC, Milei focou seu discurso nos feitos de seu governo, criticou o socialismo e elogiou Bolsonaro, sem citar o atual presidente brasileiro diretamente.
No dia seguinte, na cúpula do Mercosul, Lula condenou a “agenda conservadora” e fez críticas veladas a “países que querem apequenar o bloco”. A situação é preocupante, dado que o Brasil é o principal parceiro comercial da Argentina — que, por sua vez, é a terceira maior parceria brasileira. Juntos, os dois países movimentaram mais de R$ 140 bilhões no ano passado.
Na prática, é como se Milei evitasse uma reunião de negócios com seu maior cliente, Lula, para se encontrar com seus amigos em uma festa, representados por Bolsonaro e seus aliados. O encontro do Mercosul vai discutir possibilidades de livre comércio entre os países-membros e outros blocos econômicos, como os Emirados Árabes Unidos. Brasil e Palestina já firmaram um acordo em separado.
Consequências à Vista
Se o tom continuar subindo, o governo brasileiro não descarta a possibilidade de romper de vez com a Argentina, o que poderia impactar diretamente o comércio entre os dois países e investimentos em conjunto. A situação exige uma resolução diplomática rápida para evitar prejuízos econômicos significativos para ambos os lados.
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