Pelo menos 46 cidades paulistas estão em estado de alerta máximo devido à intensa atividade de queimadas que assola o interior do estado há três dias consecutivos. A situação é inédita: somente em agosto, o número de focos de incêndio em São Paulo já superou o total de todo o ano passado, atingindo a marca de mais de 3 mil. Trata-se do maior número registrado desde o início das medições.
Após devastar a Amazônia e o Pantanal, o fogo chegou com força ao maior estado do país, que na semana passada liderou o ranking nacional em número de queimadas. O céu vermelho, a fumaça sufocante e as chamas consumindo bairros inteiros são a realidade de diversas cidades paulistas. Além disso, rodovias foram interditadas, voos cancelados e a fumaça se espalhou por outras regiões, levando fuligem e poluição para além das fronteiras estaduais.
Mobilização e investigações
Diante da gravidade da situação, o governo paulista instituiu um gabinete de crise e liberou R$ 10 milhões para auxiliar as vítimas. O governo federal, por sua vez, enviará aviões das Forças Armadas para reforçar o combate às chamas, que contará também com o apoio de helicópteros da Polícia Militar paulista.
As investigações sobre as causas das queimadas estão em curso. O governador Tarcísio de Freitas informou que duas pessoas suspeitas de iniciar os incêndios de forma criminosa já foram presas, indicando a presença de ação humana em alguns casos.
Chuva preta e crise hídrica
A combinação da fumaça das queimadas com a poluição do ar pode gerar um fenômeno preocupante nos próximos dias: a "chuva preta". A capital paulista e o Distrito Federal são as regiões mais suscetíveis a esse tipo de precipitação, que ocorre devido à deposição de partículas de fuligem e outros poluentes na atmosfera.
As condições climáticas, como a baixa umidade do ar e as altas temperaturas, contribuíram significativamente para a proliferação dos incêndios. Esse cenário se agrava ainda mais diante da grave crise hídrica que o país enfrenta.
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