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Segunda-feira, 10 de Novembro de 2025
Rastreamento dos fuzis no RJ mostram armas vinda até mesmo de exercíto de ditaduras

Justiça

Rastreamento dos fuzis no RJ mostram armas vinda até mesmo de exercíto de ditaduras

Apreensão recorde de fuzis revela conexões internacionais do crime organizado no Rio

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Uma megaoperação realizada nos Complexos da Penha e do Alemão, na última terça-feira (28), resultou na apreensão de 91 fuzis que ampliam o retrato do arsenal bélico disponível às facções criminosas cariocas. Entre as armas, estavam fuzis de fabricação dos exércitos da Venezuela, Argentina, Peru e Brasil, evidenciando um comércio internacional e a presença de grupos armados sul-americanos envolvidos com o Comando Vermelho (CV).

O delegado Vinicius Domingos, da Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos, destaca que as insígnias, inscrições e símbolos gravados nos armamentos ajudam a mapear não só o poder de fogo das quadrilhas, mas também suas alianças estaduais e regionais. Marcas como “bonde do Panda” e “baiano” indicam influência direta de criminosos do próprio Complexo do Alemão e do Nordeste, respectivamente, demonstrando que grupos do Nordeste se associam aos morros do Rio, enquanto armas oriundas do Pará e da Bahia circulam nos arsenais locais.

Esses fuzis, majoritariamente calibres 5.56 e 7.62 produzidos na Europa, chegam ao país principalmente via Paraguai. O delegado ressalta a alta letalidade das armas, citando o exemplo do fuzil G3, capaz de disparar até 10 tiros por segundo. Além disso, foi apontado que criminosos utilizam uma estratégia de “pulverizar” o transporte das armas, dividindo peças essenciais do armamento para burlar a fiscalização. Muitas partes são adquiridas legalmente pela internet e adaptadas para uso criminoso.

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Em termos de volume, o Rio de Janeiro teve o maior número de apreensões de fuzis desde 2007, com 593 armas retiradas entre janeiro e setembro de 2025 — número que representa cerca de 40% dos 1.471 fuzis recolhidos no Brasil no mesmo período. Em média, de cada cinco fuzis apreendidos nacionalmente, dois são no Rio. Isso reflete o crescimento da violência armada e a sofisticação do crime organizado.

A investigação também revelou a atuação de quadrilhas que fabricam armas para abastecer facções cariocas. Recentemente, a Polícia Federal prendeu integrantes de uma organização que produzia e vendia cerca de 3.500 fuzis por ano, destinados principalmente aos criminosos do Complexo do Alemão e da Rocinha.

Essa operação reforça a complexidade do tráfico internacional de armas e a necessidade de ações integradas para combater o fortalecimento armado do crime organizado que afeta a segurança pública e a vida cotidiana dos cidadãos no Rio de Janeiro.

 

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