A gestação humana, embora popularmente conhecida como um período de nove meses, varia entre 37 e 42 semanas. No entanto, no Brasil, um número alarmante de bebês nasce antes do tempo ideal, com sérias consequências para a saúde e o desenvolvimento. Em 2023, cerca de 300 mil bebês nasceram prematuros, colocando o país acima da média mundial e entre os dez com maior número de casos.
Causas e fatores de risco
A prematuridade, segundo especialistas, está ligada a diversos fatores, sendo os principais:
- Determinantes sociais: A falta de acesso à saúde e à educação, principalmente entre adolescentes, aumenta o risco de partos prematuros. A gestação na adolescência, por exemplo, é um fator de risco significativo, pois o corpo da adolescente ainda não está totalmente desenvolvido para gerar um bebê.
- Infecções: Infecções urinárias, de transmissão sexual e outras podem desencadear o trabalho de parto prematuro. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para prevenir essa complicação.
- Hipertensão: A pressão alta durante a gravidez é um fator de risco importante para o parto prematuro e pode levar a complicações graves para a mãe e o bebê.
- Gestação múltipla: Gravidezes gemelares ou múltiplas aumentam significativamente o risco de parto prematuro.
- Ruptura prematura da bolsa: A ruptura da bolsa amniótica antes do início do trabalho de parto também é uma causa comum de parto prematuro.
- Malformações uterinas: Mulheres com malformações no útero têm maior risco de parto prematuro.
- Hábito de fumar e consumo de álcool e outras drogas: Essas substâncias prejudicam a saúde da gestante e do bebê, aumentando o risco de complicações, incluindo o parto prematuro.
Consequências para a saúde do bebê
Bebês prematuros estão mais propensos a desenvolver problemas de saúde, como:
- Problemas respiratórios: Os pulmões de bebês prematuros podem estar imaturos, o que dificulta a respiração.
- Problemas no coração: O sistema cardiovascular de bebês prematuros pode ser imaturo, o que pode levar a problemas cardíacos.
- Problemas no cérebro: A prematuridade pode afetar o desenvolvimento do cérebro, aumentando o risco de paralisia cerebral, dificuldades de aprendizado e problemas comportamentais.
- Infecções: Bebês prematuros têm um sistema imunológico mais fraco, o que os torna mais suscetíveis a infecções.
Prevenção e tratamento
A prevenção do parto prematuro envolve:
- Pré-natal: O acompanhamento pré-natal é fundamental para identificar e tratar os fatores de risco.
- Estilo de vida saudável: Abandonar o cigarro, o álcool e outras drogas, além de adotar uma alimentação saudável e praticar atividade física moderada, são medidas importantes para prevenir o parto prematuro.
- Tratamento de infecções: O tratamento precoce de infecções, como as urinárias e as de transmissão sexual, é essencial para prevenir o parto prematuro.
- Controle da pressão arterial: Mulheres com hipertensão devem ter a pressão arterial controlada durante a gravidez.
- Monitoramento: Mulheres com alto risco de parto prematuro devem ser monitoradas de perto durante a gestação.
O papel da assistência médica
O papel dos profissionais de saúde é fundamental para prevenir e tratar o parto prematuro. O acompanhamento pré-natal de qualidade, o diagnóstico precoce das complicações e o tratamento adequado são essenciais para garantir a saúde da mãe e do bebê.
Impacto na família
O nascimento de um bebê prematuro é um momento desafiador para as famílias. A internação do bebê na UTI neonatal, os cuidados especiais e as incertezas sobre o futuro podem gerar ansiedade e estresse. O apoio psicológico e social às famílias é fundamental para ajudá-las a lidar com essa situação.
A prematuridade é um problema de saúde pública que exige atenção e investimentos. A prevenção e o tratamento adequado são essenciais para reduzir os riscos e garantir a saúde e o bem-estar das mães e dos bebês.
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