O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) surpreendeu o cenário político ao anunciar, nesta terça-feira (18), que irá se licenciar do mandato parlamentar para residir nos Estados Unidos, onde já se encontra desde o final de fevereiro. A decisão ocorre em um momento crucial, uma semana antes do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode tornar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado.
Em comunicado divulgado em suas redes sociais, Eduardo Bolsonaro criticou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, responsável pelo inquérito que investiga seu pai, alegando "perseguição política". No entanto, o deputado ressaltou que a licença é temporária e que abrirá mão do salário de R$ 46.366,19 durante o período em que estiver fora do país.
A mudança de Eduardo Bolsonaro para os Estados Unidos gerou diversas reações no meio político. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, negou um pedido do PT para apreender o passaporte do deputado, que alegava que ele estaria utilizando viagens internacionais para incitar políticos americanos contra o STF.
Além disso, Eduardo Bolsonaro é réu em uma ação penal por difamação movida pela deputada Tábata Amaral (PSB-SP), após ter feito acusações sem provas sobre um projeto da deputada.
Com a licença de Eduardo Bolsonaro, o deputado federal Luciano Zucco (PL-RS) assumirá o comando da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados. A escolha de Zucco, líder da oposição na Câmara, foi justificada por Eduardo Bolsonaro como forma de manter a "ponte" com o governo de Donald Trump e o "bom relacionamento com países democráticos e desenvolvidos".
A indicação de Eduardo Bolsonaro para a presidência da comissão já havia gerado controvérsia, com parlamentares da base governista questionando a possibilidade de ele utilizar o cargo para atacar o ministro Alexandre de Moraes.
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