A falta de chuvas no Rio Grande do Sul está acendendo o sinal de alerta para o setor agrícola. A estiagem prolongada, intensificada pelo fenômeno climático La Niña, que resfria as águas do Pacífico e reduz as precipitações no Sul do Brasil, ameaça a produção de soja e milho, pilares da economia gaúcha.
A região oeste do estado é a que mais sofre com a seca, registrando mais de 30 dias sem chuva em algumas áreas e perdas superiores a 50% da produção. Essa situação crítica impacta não apenas os produtores locais, mas também toda a cadeia produtiva e a economia brasileira como um todo.
O Rio Grande do Sul, terceiro maior produtor de grãos do país em 2023, com um aumento de quase 35% em relação ao ano anterior, e líder na produção de milho, desempenha um papel fundamental na segurança alimentar nacional e nas exportações. A seca, portanto, coloca em risco não só a renda dos agricultores, mas também a oferta de alimentos e a estabilidade dos preços.
Os impactos da crise hídrica vão além da perda de produção. A estiagem pode levar ao aumento dos custos de produção, como a compra de água para irrigação, e à dificuldade de escoamento da produção devido ao assoreamento de rios e estradas. Além disso, a seca pode afetar a qualidade dos grãos, diminuindo o valor de mercado e prejudicando as exportações.
A seca no Rio Grande do Sul faz parte de um cenário mais amplo de eventos climáticos extremos, que têm se intensificado nos últimos anos. Em 2023, o Brasil já enfrentou uma série de desafios climáticos, como as fortes chuvas no Sul e a seca na região Norte, que causaram prejuízos estimados em R$ 6,6 bilhões, sendo quase R$ 5 bilhões somente na agricultura gaúcha.
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